quarta-feira, 1 de junho de 2011

ENCAMPE ESTA IDÉIA-CAMPANHA: TEATRO MUNICIPAL GRANDE OTHELO, JÁ!


Paulo Roberto Franco Andrade
Twitter: @pfrancoandrade

Para além de demolição-não-demolição do que foi o Teatro Grande Othelo, abandonado pela Prefeitura Municipal de Uberlândia há muitos anos, façamos campanha para que o novo Teatro Municipal de Uberlândia, projetado por Oscar Niemeyer, venha a ser denominado TEATRO MUNICIPAL GRANDE OTHELO, antes que o núcleo conservador da elite política local, com a subserviência da Câmara Municipal, venha a denominá-lo Teatro Municipal Rondon Pacheco II ou Teatro Municipal Virgílio Galassi I.

Uma homenagem muito justa e oportuna, para o melhor artista de Uberlândia, um dos melhores do mundo, segundo Orson Welles.

Grande Othelo, Sebastião Bernardes de Souza Prata, nasceu em Uberlândia em 18 de outubro de 1915 e morreu em Paris em 26 de novembro de 1993. Seus restos mortais estão aqui, em cemitério local, como ele queria.

Era amigo de Oscar Niemeyer e Jorge Amado.

Leiam, abaixo, depoimento do escritor Jorge Amado, sobre Grande Othelo:

“ Não sei de brasileiro vivo mais importante no cenário da vida nacional - seja ele político, esportista, artista, escritor - do que Sebastião Prata, pouco conhecido pelo nome inscrito no registro civil. Mas quem não conhece Grande Othelo? Os brasileiros mais celébres e amados - o poeta Drummond, o arquiteto Niemeyer, a atriz Fernanda Montenegro, o atleta Pelé, para citar apenas quatro expoentes - serão tão grandes mas não serão maiores do que este pequeno homem de carapinha grisalha, nascido na pobreza do povo. Brasileiro, de imenso talento, de irremediável vocação para a arte, criador sem igual, a força e a graça - nosso povo não possui quem seja tão sua imagem, quem o simbolize com tamanha verdade.

Eu o conheço de toda a vida. Acompanho sua extraordinária carreira de ator desde os seus inícios, sei de sua luta, da insuperável obstinação, da generosidade, do devotamento, do trabalho incansável, do estudo cotidiano na escola da vida e nos tablados dos teatros, que transformaram o menino pobre no grande intérprete hoje internacionalmente célebre. Ser amigo de Grande Othelo é um dos orgulhos de minha vida.

Um dos seus triunfos é a recriação de Macunaíma no cinema. Macunaíma, Grande Othelo, o povo brasileiro.”

JORGE AMADO
Depoimento retirado do livro Grande Otelo em preto e branco, fotografia de Marly Serafin de Souza e Mario Franco
Morante. Rio de Janeiro; Ultra-set Ed. 1987 .
O escritor Sérgio Cabral escreveu o livro Grande Otelo - Uma BiografiaEditora 34, São Paulo, SP, 2007.